BILHETE POSTAL
Por Eduardo Costa
Estava em Braga e um turista brasileiro dirige-se à receção do hotel e pergunta: “não há qualquer perigo de deixar a viatura na rua com uma mala grande dentro, pois não?” A simpática rececionista ficou embaraçada. Lá disse que a mala era melhor trazer para o hotel. “Quanto ao carro em princípio nada aconteceria, não havia notícia de acontecer, mas…”
A cena apresenta contornos interessantes. Num Brasil onde a sensação de insegurança é alta, para um brasileiro Portugal é um paraíso. A ponto deste turista se sentir tão à vontade.
A segurança é um dos fatores mais referenciados para os turistas nos preferirem. Também por isso é tão importante. O turismo já é uma base fundamental para o equilíbrio das nossas contas. Há já uma dependência do setor.
Também por isso deve preocupar muito os focos que estão a criar uma sensação de insegurança. Mais polícia na rua, melhores condições para assegurarem a sensação de segurança. Nossa e, muito, dos estrangeiros que nos visitam.
Lembro um episódio curioso de há uns 20 anos, seguramente. Os grupos organizados de países do leste a quem haviam sido abertas as portas da UE, ‘inundaram’ Lisboa. Os furtos na rua começaram a preocupar. As polícias agiram com determinação e o preocupante fenómeno desapareceu.
Segundo recordo, um desses grupos defendeu-se dizendo mais ao menos isto: ‘mas nós não roubamos portugueses, só estrangeiros!’
Garantir a nossa segurança, a sensação de segurança. Assegurar a ideia de que nós ou um turista pode deixar uma viatura na rua de uma cidade e não será assaltado. É fundamental.
Eduardo Costa, jornalista, presidente da Associação Nacional de Imprensa Regional
(Este artigo de opinião semanal é publicado em cerca de 50 jornais)