Autarquia de Gaia fecha 2024 com resultado líquido superior a 25,9 milhões de euros

O final de um ciclo autárquico impõe a prestação de contas e a sistematização do balanço, também financeiro, mas não apenas financeiro. É isso que tem sempre acontecido, seja com as presidências abertas ou com a lógica de proximidade”, lê-se no Relatório e Contas referente a 2024 e que foi aprovado por maioria na última reunião do executivo municipal, que decorreu a 21 de abril. 

A Câmara de Gaia teve, no ano passado, um resultado líquido positivo superior a 25,9 milhões de euros, mais 11,1 milhões face ao ano anterior, revela o mesmo documento. Para Eduardo Vítor Rodrigues, presidente da Câmara Municipal de Gaia, este valor não pode ser considerado "lucro” uma vez que "muitas verbas estão já alocadas a obras que serão, entretanto, pagas”, ou seja, o saldo atualmente disponível é de sensivelmente um terço (oito milhões de euros). 
"Estas são as contas do equilíbrio e com o regozijo de ter pegado numa câmara pré-falida e de a ter transformado numa câmara sustentável ao nível do que são as melhores câmaras do país como o Porto, Matosinhos ou Sintra. Gaia tem receitas muito mais reduzidas do que qualquer uma delas, mas ao mesmo tempo foi capaz de investir fortemente sem pôr em causa o equilíbrio das contas municipais”, afirmou Eduardo Vítor Rodrigues.

O passivo de 2024 ultrapassou os 187,3 milhões de euros, estabelecendo-se o saldo de gerência em mais de 41,5 milhões de euros. A receita global estabeleceu-se em 270,7 milhões de euros, mais 7,1% face a 2023. A receita corrente representa 77,5% deste valor, enquanto a receita de capital representa 9,6%. Em 2024, o grau de execução orçamental da receita total cifrou-se em 100,82%. Quanto à despesa, no ano passado ascendeu a 224,7 milhões de euros, registando-se um acréscimo de 7,8%, mais 16,3 milhões de euros.

Recuando no tempo, o relatório ressalva que foram 12 anos de muitos desafios. Foi "um primeiro mandato centrado na recuperação das contas de uma Câmara praticamente falida, onde as pessoas pagavam taxas de rampas e havia sempre IMI na taxa máxima, ao mesmo tempo que se acumulavam dívidas, juros de mora, judicialização da dívida para a dissimular e múltiplos incumprimentos”. Os tempos da pandemia de Covid-19 também acarretaram desafios tremendos para a gestão autárquica, salvaguardando-se ainda um período vincado "por guerras e conflitos globais que impactaram diretamente na inflação e nos preços que passamos a gerir nas empreitadas e nos serviços”. Todavia, apesar dos obstáculos, este ciclo autárquico caracterizou-se sempre "pela adoção de um novo modelo de gestão moderna e desenvolvimento sustentável, humanista e social, com investimento inteligente e opções rigorosas, capazes de fazer a cidade aproveitar todas as oportunidades de crescer e melhorar”.

Para a prossecução dos objetivos, prevaleceu o trabalho em rede com as instituições, tendo como prioridade as questões sociais e ambientais e a força política para importantes conquistas, como a expansão do Metro, a estação de Gaia do TGV, o Hospital em renovação, os programas sociais e educativos, entre muitos outros.
"A ambição é compatível com a sustentabilidade, desde que a ambição não se transforme em desnorte, típico dos velhos modelos de gestão, onde a questão financeira era mera questão lateral. A sustentabilidade é determinante para desenharmos futuro, um futuro próspero para todos, onde a educação é eixo decisivo e as políticas municipais são elementos centrais da formação de um Estado democrático e humanista. O futuro é construído todos os dias, com todos”, concluiu Eduardo Vítor Rodrigues.

Fonte/Foto: CM Gaia