O Município de Gaia inaugurou, a 19 de setembro, a exposição fotográfica «O Tráfico de Seres Humanos Também Acontece Aqui», da autoria de Hugo Pinheiro, numa iniciativa promovida em parceria com a organização Saúde em Português. A exposição marca o reforço do compromisso do Município no combate ao tráfico de seres humanos, um dos crimes mais graves e silenciosos da atualidade.
A mostra está integrada numa estratégia municipal contínua de prevenção, sensibilização e capacitação, que tem vindo a ser desenvolvida desde 2018 — ano em que Vila Nova de Gaia passou a integrar a Rede Regional do Norte de Apoio e Proteção a Vítimas de Tráfico de Seres Humanos. Desde então, têm sido promovidas diversas campanhas e ações formativas dirigidas a profissionais estratégicos e à comunidade em geral.
Entre os projetos de maior impacto, destaca-se a realização, em 2022, do 1.º Ciclo de Prevenção e Combate ao Tráfico de Seres Humanos, que incluiu uma exposição artística, formações especializadas com mais de 250 participantes e iniciativas inclusivas, como uma visita adaptada para pessoas com deficiência visual, em parceria com a ACAPO.
A segunda edição contempla agora esta nova exposição, patente no Auditório Manuel Menezes de Figueiredo até ao dia 23 de outubro, acompanhada por um conjunto de ações paralelas:
25 de setembro: sessão de sensibilização com a Polícia Judiciária e a Equipa Multidisciplinar Especializada para a Assistência a Vítimas de Tráfico da zona Norte;
6 de outubro: seminário «Trauma e Saúde Mental: Expressões do Tráfico de Seres Humanos e da Violência Doméstica», com especialistas, forças de segurança e representantes da academia;
13 a 23 de outubro: visitas guiadas para turmas do 12.º ano das escolas do concelho, numa lógica preventiva junto do público jovem.
De acordo com os dados mais recentes do Observatório do Tráfico de Seres Humanos (2024), o número de vítimas sinalizadas em Portugal tem vindo a aumentar, o que reforça a necessidade de atuação coordenada. A Câmara Municipal de Gaia sublinha a importância do trabalho em rede, da articulação entre entidades e da mobilização da sociedade civil para travar este crime.
A sessão de abertura contou com a presença de Ana Figueiredo e Marco Carvalho, da Saúde em Português, que apresentaram a exposição e reforçaram a urgência de continuar a alertar consciências e proteger os direitos humanos.
Fonte/Foto: CM Gaia