O grupo Gestão Capital garante que não vai desistir do projeto de construção de um polo tecnológico no antigo parque de campismo da Madalena, em Gaia, e que se a Autarquia aprovar a anulação do contrato-promessa de compra e venda vai recorrer da decisão.
"O que queremos é seguir com o projeto Gaia Innovation City e que a Câmara cumpra com o que foi acertado", afirmam os promotores, questionados pelo JN sobre a hipótese de ser pedida uma indemnização ao Município.A Câmara pretende rasgar o contrato-promessa de compra e venda do antigo parque de campismo da Madalena, num valor total de oito milhões de euros, sustentando que a Gestão Capital falhou o reforço de sinal a que estava obrigada até ao final de janeiro.
Caindo por terra um polo tecnológico de 700 milhões de euros e que, segundo os promotores, iria juntar instituições de ensino superior, empresas, comércio, habitação, serviços e um hotel, entre outras valências, a Câmara anunciou para o local a construção de um ecoparque público. Nesse sentido, será diligenciada a alteração da classificação do terreno no Plano Diretor Municipal, passando a ser de equipamento.
Conforme o JN revelou, a Autarquia sublinha que, além de falhar o pagamento, a Gestão capital pediu um aumento de capacidade construtiva (a empresa nega) e não providenciou a classificação do empreendimento como PIN (projeto de interesse nacional), conforme se tinha comprometido.
A proposta para anulação do projeto e início dos procedimentos para a criação do Ecoparque do Atlântico, assinada pelo presidente da Câmara, Eduardo Vítor Rodrigues, consta da agenda da reunião de Executivo desta segunda-feira à tarde. "Não iremos desistir do projeto", afirma, porém, a Gestão Capital.
"Tínhamos outras opções, mas fomos convencidos pelos responsáveis do município de Gaia com promessas que teríamos todo o apoio e contrapartidas necessárias para o desenvolvimento do projeto, o que até agora não aconteceu. É inaceitável que a Câmara de Vila Nova de Gaia pretenda romper com tudo que foi acordado, tenha desenvolvido outro projeto em paralelo e termos ficado a saber de tudo isto pelos meios de comunicação. Contudo, no momento temos um contrato em vigor", sublinham os investidores. A Gestão Capital já tinha rejeitado responsabilidade no incumprimento, acusando a Câmara de, ela sim, ter falhado ao não aprovar um protocolo de contrapartidas essenciais para o desenvolvimento do empreendimento. De acordo com a empresa, essas contrapartidas " são relativas a infraestruturas de acessibilidades, saneamento e eletricidade" e o "protocolo deveria ter sido aprovado em reunião de Câmara no início de 2022". "Estamos a aguardar desde então", refere.