BILHETE POSTAL
Por Eduardo Costa
Portugal tem um património que alguns dizem que é o nosso petróleo: a capacidade e a qualidade do nosso povo. “Os portugueses são ótimos”, escreveu Mário Soares. “O nosso Povo tem sempre correspondido nas alturas de crise”, disse Sá Carneiro.
Um artigo no Expresso “A globalização foi inventada pelos portugueses há 600 anos” (Rui Silva e Virgílio Azevedo), lembra que a 21 de agosto de 1415 uma armada portuguesa conquistou a cidade de Ceuta e marcou o início da expansão ultramarina portuguesa e europeia e o nascimento da globalização, uma espécie de “ADN do ser português”: “o olhar para “fora da caixa”, a tentativa/erro e correção pragmática, o espírito crítico, a “manha” geoestratégica e o improviso organizacional, isto é, o famoso “desenrascanço”, que hoje pode ser uma vantagem comparativa perante uma economia global em permanente mudança”.
Na passada semana, em Brasília, o Presidente da República do Brasil em Exercício Geraldo Alckmin inaugurou um espaço permanente em memória do centenário de Mário Soares, e falou dessa herança lusitana, lembrando que une povos de vários continentes, com língua comuns. Uma placa alusiva com os nomes dos Embaixadores dos países de língua portuguesa é expressiva: “um brinde à liberdade, ao encontro entre povos, à democracia e um sopro de otimismo a todos que falam e escrevem uma das maiores línguas da humanidade: a língua Portuguesa”.
Um património que faz de uma pequena Nação europeia um grande povo que tem premiada presença em todos os continentes! Esta é a nossa força! A nossa herança. O nosso ADN. O nosso futuro?
Eduardo Costa, jornalista, presidente da Associação Nacional de Imprensa Regional
(Este artigo de opinião semanal é publicado em cerca de 50 jornais)